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Evânio busca medalha inédita para o Brasil na Paralimpíada

                                
Pela primeira vez o Brasil terá atletas nas 22 modalidades que compõem o programa de competições dos Jogos Paralímpicos Rio 2016. A Delegação Brasileira na Paralimpíada é composta por 494 pessoas, desses 278 são atletas e 195 são técnicos, segundo o Comitê Oficial. Dos atletas, 97 são mulheres e 181 são homens. Entres os atletas da categoria masculina, está Evânio Rodrigues da Silva, de 31 anos, que adotou Indaiatuba como sua cidade sede há cinco anos.

Evânio nasceu da Bahia e treinava na cidade de Praia Grande, quando recebeu o convite da técnica Cristina Toledo para compor a equipe de Indaiatuba. Para realizar o sonho de brigar por uma medalha na Paralimpíada, Evânio precisou levantar o máximo de peso que conseguisse, mas por uma diferença de nove quilos ficou de fora dos Jogos de Londres, em 2012. Porém, o atleta não desistiu e foi medalha de ouro nos Jogos Parapan-americanos de Toronto, em 2015, quando bateu o recorde do Parapan na categoria acima de 80 kg, ao levantar 190 kg, e hoje é o melhor de sua categoria no país. Por isso, Evânio está entre os convocados para os Jogos Rio 2016. "Fiquei muito feliz porque é um sonho realizado. Eu sabia que poderia ser selecionado porque fiquei em 8º na minha categoria, mas não tinha a convocação oficial", comenta.
 "O Comitê seleciona um por categoria, mas só vão os atletas que ranquearam no mundial. Tem que estar entre os oito melhores do mundo para ser convocado. A equipe de halterofilismo do país vai apenas com quatro atletas. Este esporte não tem muita tradição ainda no país. Temos apenas uma medalha de bronze no Mundial, que foi conquistado por uma atleta 3º de outra", lamenta.
 Ser considerado o melhor do país em sua categoria não o deixa despreocupado, ele sabe que vai precisar segurar muito peso para passar na frente dos adversários. "Os países mais difíceis neste esporte é o Irã, Egito e China. Já competimos juntos, já sabemos quem foram convocados e não vai ser fácil porque está todo mundo se esforçando para ganhar. E eu estou treinando para conseguir esta primeira medalha ao Brasil na minha categoria", afirma. "Vou competir na categoria em que tenho de pesar menos de 88 kg e tenho que levantar o máximo de peso que poder. Quero atingir 202 kg ou 225 kg para ficar entre os primeiros colocados", acrescenta.

Peso e perfeição são quesitos para chegar mais perto do pódio

Werner MünchowAtleta aponta Irã, Egito e China como principais adversários
O atleta também explica como é a prova de sua categoria. "O halterofilismo é mais conhecido como supino nas academias. Mas o nome certo da modalidade competitiva e de todo o esporte de levantamento de peso é halterofilismo", explica. "Na prova tem que ter muita concentração. Se o atleta errar a posição no banco ou descida já perde. Além de ter que levantar o máximo de peso, tem que ter perfeição. Não podemos entortar e nem afundar o peito um pouco. Tem que chegar ao peito parar uns dois segundos e subir, tem que fazer o levantamento com perfeição, caso contrário é invalido. Temos três tentativas e têm três árbitros, cada um tem duas bandeiras: vermelha e branca. Se no final da prova tiver duas bandeiras brancas no painel e uma vermelha, o atleta passou. Se tiver duas vermelhas, o atleta foi reprovado", conta.
O atleta embarca para a sede da modalidade, em São Paulo, onde fará a concentração, no dia 21de agosto, e depois segue para a Vila Olímpica, Rio de Janeiro. "Estou ansiosos porque é um sonho, todos os atletas sonham estar lá. O lugar deve ser lindo, mas não estou focado nisso, estou focado em treinar para conseguir medalha e dar o meu melhor", enfatiza. "Minha família é da Bahia, meu pai e minha mãe são meus maiores fãs. Quero tentar levar eles para assistir o dia da minha luta".
Evânio é o sexto atleta que treina em Indaiatuba e vai competir no Rio 2016, e foi apresentado pela Tribuna. Os outros atletas que irão compor a Delegação Brasileira podem ser conhecidos no site da Tribuna.
Fonte:Tribuna de Indaiá

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