Boi com Jegue: Animal com corpo de bovino e cabeça de equino chama atenção na Bahia
Uma bezerra que possui o corpo de um bovino e a cabeça de um equino tem chamado atenção dos moradores do município de Conceição do Almeida, na região do recôncavo da Bahia. O animal, apelidado de “Coelhinha”, por conta das orelhas em pé, pode ser resultado do cruzamento entre uma vaca e um jegue.
“Coelhinha” nasceu há dois anos e meio na fazenda Vale dos Caraís, na zona rural do município. Por lá, os animais, como cavalos, bois, jumentos e cabras, circulam livremente pelo pasto e ficam juntos. Foi neste ambiente que pode ter acontecido o cruzamento inusitado.
A mãe da bezerra, é uma vaca da raça Girolando, de cerca de oito anos, chamada “Bandeirão”. O animal vive na fazenda desde que nasceu e, até então, já gerou pelo menos cinco crias antes dessa. Todas normais.
Quem viu o filhote pela primeira vez foi o vaqueiro Manoel Oliveira. Ele contou que todos da fazenda duvidaram da maternidade da bezerra, por conta da semelhança a um cavalo. “Quando a gente chegou no pasto de manhã, vimo a vaca parida, esa bezerrinha no pé da vaca. No pasto vizinho ficavam as éguas. Quando nós chegou [sic] de manhã cedo estava lá nascida aquela bezeriinha parecendo uma mulinha “, contou.
Como no rebanho não havia nenhuma égua gestante, foi confirmado que o filhote era de Bandeirão. Uma investigação foi iniciada para descobrir o que poderia ter acontecido e surgiram suspeitas sobre a relação da vaca com o jegue “Furão”, que também morava na fazenda. Ele morreu há alguns meses.
O pecuarista Junior Caldas contou que o animal era conhecido na região pela fama de garanhão. “O que ele via na frente, era vaca, era égua, era mula, tivesse no cio Furão tava junto. Ele chegava e executava a parte dele. Danadinho! Nós não presenciamos esse cruzamento [de Furão e Bandeirão]”, relatou.
Um veterinário da região foi observar o animal e disse que o caso é raro. Edvaldo Lessa lembrou que animais híbridos são aqueles formados pelo cruzamento de raças, linhagens, variedades, espécies ou gêneros diferentes. Os cruzamentos mais comuns são os de burros com cavalos ou jumento com égua.
É muito difícil, extremamente raro isso acontecer [cruzamento de jegue com vaca]. Do ponto de vista técnico, a gente não pode afirmar que é um híbrido. O jumento pode cruzar com a vaca. Na parte de anatomia tudo bem. Agora, quando parte para a parte genética, aí fica complicado, porque é incompatível. Pode até o espermatozóide fecundar o óvulo, mas não desenvolve”, disse.
O vaqueiro Manoel disse que, no início, “Coelhinha” se comportava como jegue. “Largava a mãe dela e saía correndo prum canto pro outro, ficava pulando. Boi não faz isso. Agora, como ela já tá mais crescida, mais adulta, ela tá se comportando realmente como um bovino”, detalhou.
Uma jega da fazenda, conhecida como “Manteiguinha”, estranhou muito quando “Coelhinha” chegou à fazenda. “Ela ia na beira de Coelhinha, olhava, olhava e se mandava de carreira. Depois vinha de novo, olhava e saia correndo. Até que acostumou”, conta o vaqueiro Francisco Pereira.
A expectativa na fazenda agora é ver os filhotes de “Coelhinha”, que está prenha pela primeira vez. “Daqui a uns quatro meses, mais ou menos, a gente vai descobrir se vai sair parecido com a mãe ou não”, disse o pecuarista Júnior.
Veja a reportagem completa no G1/BA/Do G1 BA, com informações do Bahia Rural
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