FÁTIMA – BAHIA:ALUNOS E PROFESSORES DAS TURMAS DO EJA DA ESCOLA IDIVÂNIA VISITARAM O PARQUE ESTADUAL DE CANUDOS
Por:Só Fátima.net
Eram 6:30 da manhã do último sábado (19) quando um ônibus escolar da Prefeitura Municipal de FÁTIMA saiu da Praça com destino à cidade de Canudos. Ao todos, 45 pessoas entre alunos e professores do turno Noturno da ESCOLA MUNICIPAL PROFESSORA IDIVANIA.
Por volta das 9:30, chegamos no Parque Estadual de Canudos,em companhia de um guia, seguimos aos locais da história da guerra, Caminhando pelas vielas da caatinga rala, vendo as fotos dos personagens sobreviventes da guerra, vivenciando a visão privilegiada que o exército tinha da cidade de Canudos lá no Alto da Favela e ouvindo as histórias do Vale da Morte.Apos visitar o Parque seguimos para cidade de Canudos para visitar o Museu que fica no centro da cidade.
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Por: Só Fatima.Net
HISTÓRIA DA GUERRA DE CANUDOS
A Guerra de Canudos
“…Em 1896 há de rebanhos mil correr da praia para o sertão; então o sertão virará praia e a praia virará sertão.
Em 1897 haverá muito pasto e pouco rasto e um só pastor e um só rebanho.
Em 1898 haverá muitos chapéus e poucas cabeças.
Em 1899 ficarão as águas em sangue e o planeta há de aparecer no nascente com o raio do sol que o ramo se confrontará na terra e a terra em algum lugar se confrontará no céu…
Há de chover uma grande chuva de estrelas e aí será o fim do mundo. Em 1900 se apagarão as luzes. Deus disse no Evangelho: eu tenho um rebanho que anda fora deste aprisco e é preciso que se reúnam porque há um só pastor e um só rebanho!” (Profecias de Antônio Conselheiro descritas no livro Os Sertões de Euclides da Cunha.
A maior expressão dos movimentos rústicos no Brasil está ligada ao nome de Antônio Vicente Mendes Maciel – o celebre Antônio Conselheiro.
Filho de uma família de pequenos proprietários, Conselheiro conviveu desde cedo com as agruras da vida sertaneja: sua família foi perseguida por latifundiários, perdeu o pai ainda jovem, teve de abandonar os estudos eclesiásticos, fracassou como pequeno comerciante, sua esposa o abandonou…
Em fins da década de de 1860 abandonou o ceará e foi para o norte da Bahia. Começou a fazer pregações como beato. A figura do beato era comum no sertão nordestino. Sua origem se relaciona com as atividades do padre José Maria Ibiapina, que, seguindo a orientação do catolicismo do seu tempo, procurou melhor comunicação entre o clero e os fiéis. Ao padre Ibiapina deveu-se a criação de inúmeras “casas de caridade” – mistura de orfanato e escola que se multiplicaram a partir da segunda metade do século XIX. Essas “casas de caridade” eram administradas por ordens leigas , isto é, não reconhecidas pela igreja, mas toleradas por ela. E foi em função dessas casas que se multiplicaram as ordens de beatos, expressão concreta da intensificação da religiosidade no sertão nordestino. Dentro desse quadro, o prestígio de Antônio Conselheiro começou a aumentar, e por isso ele passou a ser perseguido sistematicamente pela Igreja. Conselheiro reuniu ao redor de si número crescente de fiéis, grande parte deles expulsos de suas terras pelos coronéis. O primeiro choque com a polícia foi em 1893, quando Antônio Conselheiro queimou os editais de cobrança de impostos municipais, determinada pelo governo federal.
Estátua de Antônio Conselheiro.
Perseguidos pela polícia, Antônio Conselheiro e seus seguidores refugiaram-se em Canudos, no norte da Bahia. Formaram ali uma comunidade de beatos, que, em virtude das crescentes pressões religiosas e civis, decidiu romper com o mundo circundante, organizando-se assim uma comunidade consciente de suas particularidades. Essa população humilde que se concentrava em Canudos, ali plantavam, colhiam, criavam, edificavam e rezavam. Eles esperavam construir uma cidade santa, a que chamaram de Belo Monte. Com o tempo, o arraial, cresceu vertiginosamente, alcançando mais de 25.000 habitantes, que, no final do século XIX, era, após Salvador, a mais populosa localidade da Bahia.
Belo Monte
No sertão nordestino, o que se via eram centenas de milhares de trabalhadores precisando trabalhar e não encontrando trabalho. As grandes fazendas davam emprego a pouca gente e, quando precisavam de mais braços para as colheitas, iam às chamadas feiras de trabalhadores e escolhiam os mais fortes. os salários eram muito baixos. Em meio a tal situação, Canudos era um verdadeiro paraíso: os rebanhos, as pastagens e as colheitas pertenciam a todos: não havia patrões e empregados, nem ricos e pobres. As feiras de trabalhadores começaram a desaparecer, todos iam para Canudos, em busca de uma vida decente. A comunidade de Canudos tornou-se, então, um núcleo próspero, dedicando-se inclusive às trocas com as cidades vizinhas. Naturalmente, os grandes proprietários rurais se inquietaram com o crescimento de Canudos, e assim as articulações para a sua dispersão se iniciaram, com apoio da Igreja. Contra Canudos as denuncias oficiais se multiplicaram, acusando o líder Conselheiro de conspirar contra a república em virtude de sua posição monarquista – argumento, aliás, amplamente utilizado como pretexto às repressões que foram desencadeadas.Como é que o governo poderia aceitar tal realidade?
Formou-se também um governo, que segundo Douglas Teixeira era assim constituído: abaixo de Antônio Conselheiro havia os subchefes como “ João Abade, comandante da rua, encarregado da segurança e da guerra; Antônio Vilanova, escrivão de casamento, responsável pelos assuntos civis e administrador do patrimônio material; Antônio Beatinho, assessorado por oito beatas, era o coadjutor do chefe na organização das práticas religiosas”.
Quatro foram as principais expedições militares enviadas para derrotar e destruir Canudos – duas estaduais e duas federais. Na primeira delas, foram cem homens comandados por um tenente, em 1896, no governo de Prudente de Morais, vencidos depois de um violento combate corpo a corpo. A resistência de Canudos foi notável, obrigando as forças da ordem a multiplicar os esforços para combatê-la. A segunda expedição, comandada comandada por um major, contou com 250 homens. Partiu triunfante, certo da vitória fácil, e voltou derrotada, tendo perdido mais de cem soldados na batalha. Devido às seguidas derrotas que as forças oficiais sofreram, a Guerra de Canudos começou a ocupar as páginas dos noticiários, tornando-se célebre. A imprensa baiana começou a mandar notícias alarmantes para o Rio: o Conselheiro era monarquista, os sertanejos eram bárbaros. Na verdade, o Conselheiro era contra a República, pois considerava-a culpada pela miséria do povo.
A Matadeira
No Rio, o presidente Prudente de Morais ficou indignado. Mandou chamar o coronel Moreira César – que ficara famoso pelas crueldades que praticara contra os federalistas em Santa Catarina – e entregou-lhe o comando na nova expedição, desta vez com forças federais.
Moreira César achou que seria a coisa mais fácil do mundo derrotar canudos. Enganou-se redondamente. Escondidos entre os arbustos, nas grutas e nas pedras, procurando a luta corpo a corpo, os sertanejos transformaram em fraqueza a força de repressão. foi um verdadeiro “salve-se quem puder”. Os poderosos canhões lá ficaram, abandonados, junto ao cadáver insepulto de Moreira César.
Para o governo federal, a brutal derrota e a debandada de seus soldados era por demais vergonhosa. Era preciso pôr um fim nisso. Foram mobilizados oito mil homens, equipados com as mais modernas armas do tempo e com o próprio ministro da guerra dirigindo as operações e três generais no comando,um deles o General Artur de Andrada Guimarães. Preparou-se a opinião pública: o Exército ia salvar a República. No dia 24 de setembro de 1897, Canudos estava cercada. Foram dez dias de lutas encarniçadas, homem a homem. Só no dia 5 de outubro caíram os últimos defensores da cidade em chamas: um velho, dois homens adultos e uma criança.
“Canudos não se rendeu. Exemplo único em toda a história, resistiu até ao esgotamento completo. Expugnado palmo a palmo, na precisão integral do termo, caiu no dia 5, ao entardecer, quando caíram os seus últimos defensores, quando todos morreram. Eram quatro apenas: um velho, dois homens feitos e uma criança, na frente dos quais rugiam raivosamente 5 mil soldados.” (Os Sertões, Euclides da Cunha).
Com o topônimo de Canudos, município então criado, com território do distrito de Cocorobó, desmembrado de Euclides da Cunha, por força de Lei Estadual de 26/02/1985. A sede foi elevada à condição de cidade, quando consolidou-se a criação do município.
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Antônio Vicente Mendes Maciel
Antônio Conselheiro foi o responsável pelo episódio da Guerra de Canudos. Nasceu em 1830 em Quixeramobim (Ceará) e morreu em 1897.
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